segunda-feira, 26 de março de 2012

Ação no Paraná homenageia lutadoras assassinadas pela ditadura


Com muita mística, música de dois grupos latino-americanos e poesia, o ato em Curitiba conseguiu sensibilizar os passantes no centro da cidade para a urgência da instalação da Comissão Nacional da Verdade, e para o dia de lançamento da Comissão no Paraná (12 de abril).
Esse foi o tom das falas dos representantes das diferentes organizações que compareceram ao ato, em defesa de uma Comissão para apurar os crimes daquele período que ainda estão expostos. Sindicalistas, entidades de direitos humanos e jovens ressaltaram a importância da Comissão.
Foram recordados os nomes e a vida das lutadoras do povo Helenira Resende (militante do PC do B assassinada) e de Maria Aurora do Nascimento Furtado (militante da ALN, brutalmente torturada até a morte). Principalmente, as organizações fizeram a denúncia de nomes responsáveis pela tortura no Paraná, tais como Major Lins Zuerzee, Capitão Fernando José Vasconcellos Krueger, Delegado Ozais Algauer, Tenente Paulo Avelino Reis.
Em suma: um momento de unidade entre diferentes militantes, que não deixaram de dizer que até as pedras gritam por nossos mortos e pela nossa fome de justiça. Na quinta-feira (29), os participantes concordaram em reunir-se de novo no centro em manifesto contra os militares que pretendem comemorar o golpe de 64, no Rio de Janeiro.

‎#LevanteContraTortura


terça-feira, 20 de março de 2012

NOTA PÚBLICA DE APOIO AO LUTADOR
DO POVO, ENVER JOSÉ!
                                                                                        19 de Março de 2012

“Vamos companheiros/as
Precisamos ter um pouco mais de força
Estamos todos/as juntos/as novamente
Nossa dignidade não se vende, se defende!”

Entre o final dezembro de 2010 e começo do ano de 2011 ocorreram várias mobilizações populares em todo Brasil contra o aumento abusivo no preço das passagens e a má qualidade dos serviços de transporte coletivo, pressionando, nas ruas, governos e empresários por um modelo justo de mobilidade urbana que atenda às necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
O estudante universitário Enver José Lopes Cabral, militante do Levante Popular da Juventude, está sendo processado judicialmente por crimes que não cometeu, quando o real propósito das falsas acusações por parte de empresários dos transportes se dá em virtude de seu engajamento nos protestos contra o aumento da tarifa do transporte público na cidade de João Pessoa.
Os processos judiciais em questão discutem a suposta autoria de Enver Lopes nos crime de lesão corporal e manejo de explosivo e tramitam na Justiça Criminal em João Pessoa e serão julgados nos próximos dias 26 e 27 de março de 2012.
Enver Lopes é uma respeitada liderança estudantil, e, pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraíba, que, foi escolhido para representar esse segmento em comissão cujo papel era discutir questões ligadas ao transporte público entre diversos segmentos da sociedade civil e do Poder Público, e esteve sempre à frente dos protestos contra o aumento das passagens em João Pessoa.
A organização e mobilização populares sempre se fizeram necessárias para que qualquer transformação social pudesse ocorrer em nosso país. Esse é o real papel que os movimentos sociais têm cumprido: reivindicar em todos os espaços públicos, nas ruas e praças, por melhores condições de vida, de trabalho, saúde e educação para a população. No entanto, os segmentos que, com razão, protestam, são muitas vezes vistos como “baderneiros” e tidos como praticantes de ilegalidades, quando outra coisa não fazem que reivindicar os seus direitos. A esse processo chamamos criminalização das lutas dos movimentos sociais. É inaceitável que tratem os cidadãos que lutam por direitos como baderneiros ou
criminosos.
Manifestamos nosso total repúdio à criminalização dos movimentos sociais forjada pelos empresários do transporte coletivo em João Pessoa-PB.
 
Juventude que ousa lutar constrói poder popular!

terça-feira, 13 de março de 2012

Levante - se contra o machismo!


 
 
 
 
Foi lindo! Um ato amplo e massivo em que a mulherada saiu às ruas com garra e alegria, comemorando ombro a ombro com os companheiros uma data histórica de toda a classe trabalhadora. Fechou com chave de ouro a jornada de estudos e manifestações que cerca de mil mulheres do MST vinham fazendo na cidade nos dias 06 e 07. Nós do Levante estávamos animando o ato junto à batucada da MMM (Marcha Mundial das Mulheres). E de noitinha, oficina de agitprop... :)
 
 
 








 


Dia internacional de Luta das Mulheres reúne campo e cidade em manifestação

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Foto:Camilla Hoshino
A participação política da mulher também foi trazida para debate pelas organizações feministas que estiveram presentes na marcha. Neuza Antunes, do Coletivo Dente de Leão e da Marcha das Vadias, lembra que a participação das mulheres nas instâncias de poder é desproporcional ao eleitorado feminino, que representa mais de 50% dos votos. “Como o dia 8 de março é um momento em que a mulher tem visibilidade, aproveitamos a marcha para reivindicar mais respeito e igualdade, já que somos mais da metade da população”.

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Foto:Camilla Hoshino

Mais de duas mil pessoas se reuniram nesta quinta-feira (08) para a Marcha das Mulheres do Campo e da Cidade: Por Justiça Social e Ambiental. A manifestação teve início às 9h, na Praça Santos Andrade e encerrou por volta das 12h, na Boca Maldita. O ato integrou as articulações nacionais da Jornada de Lutas das Mulheres do Campo 2012, promovida pelas mulheres da Via Campesina, e agregou cerca de 20 organizações do Paraná, entre movimentos sociais, sindicatos e entidades estudantis.
As principais pautas reivindicadas pelas manifestantes envolveram a luta contra o agronegócio, contra a violência do capital e do patriarcado, contra a aprovação do Novo Código Florestal e contra a economia verde defendida pelo capital na Rio+20. Dessa forma, cada tema citado foi representado por um bloco durante a marcha.
Para as mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o dia 8 de março não representa apenas uma data de festividade, mas também uma jornada de lutas por melhor qualidade de vida, capaz de ampliar o debate entre campo e cidade. “A manifestação mostra para a sociedade que precisamos estar juntas defendendo a biodiversidade, a vida e as sementes, apresentando a agroecologia como alternativa” afirma Solange Pellenz, integrante do MST e uma das coordenadoras da marcha.
Durante a concentração do 1º ato da manifestação, diferentes formas de intervenção foram realizadas. Além da batucada feminista organizada pelas integrantes da Marcha Mundial das Mulheres e do espaço reservado para as falas dos movimentos sociais, estudantes aproveitaram para denunciar a relação machista existente dentro das universidades. “As mulheres sofrem muita pressão dos veteranos quando entram na universidade, fora as dificuldades que enfrentam no caso de gravidez, por falta de assistência estudantil”, comenta Tainá Risu, da União Paranaense dos Estdantes (UPE).
Por volta das 11h, teve início o 2º ato da manifestação, em que os temas saúde e direitos sexuais reprodutivos, mercantilizarão do corpo da mulher e violência foram abordados. O 3º ato ocorreu durante o encerramento da marcha e englobou temas como soberania alimentar, justiça ambiental e os megaeventos esportivos.
No período da tarde, cerca de cem mulheres do MST participaram de uma audiência na Secretaria de Estado da Educação (SEED) para a entrega da pauta de reivindicações. Entre as demandas centrais do documento estavam os investimentos e apoio à educação no campo, com a construção de 25 escolas, educação especial para jovens e adultos e a melhoria das merendas e do pagamento dos professores. Outro item da pauta reivindicava a construção e conservação física de Escolas Itinerantes nos acampamentos.
Para uma das integrantes do MST e coordenadora da marcha, Maria Salete Back, as atividades e manifestações do Dia Internacional de Luta das Mulheres significou um momento de união de forças. “Esse dia não é só da mulher, mas dela no coletivo. É com essa força, unindo o campo e a cidade, que traremos visibilidade para aquilo que exigimos e desejamos transformar”, afirma Salete.
Reportagem e fotos de Camila Pinheiro Hoshino, integrante do coletivo de comunicação da Marcha do 8 de Março.